Apenas mais um pesadelo...
Me acordou de madrugada, rosto
suado e respiração ofegante, perguntei o que havia e ela não conseguia me
responder, era incapaz de formar palavras ou frases completas, apenas
balbuciava alguma coisa..
Insisti e perguntei de novo o que
estava acontecendo, era uma noite fria e chuvosa, o vento uivava ao passar pela
janela, pela greta da janela eu podia ver uma fraca iluminação do poste em uma
arvore, ela balançava seguindo o vento, era como se eles fizessem uma dança, um
ritmo, uma sintonia perfeita ,a arvore e o vento, era como se o vento
ditava passo de uma dança, um tango, uma
valsa, uma salsa talvez, não sabia distinguir só sabia que era perfeito, mas
fui tirado desse transe pelas mãos dela me tocando e tentando dizer algo, ver
aquela cena era algo agonizante, ela estava ali, ao meu lado, a mulher da minha
vida, sufocando em alguma espécie de sonho ou pavor e eu nada podia fazer..
Ofereci-lhe um copo de água e ela
acenou que sim com a cabeça, corri até a cozinha, abri a geladeira e não
encontrei uma garrafa sequer, todas aquelas que antes de eu deitar estavam
cheias agora estavam vazias, corri para a torneira e nada, nenhuma gota,
comecei a entrar em pânico, voltei para o quarto e ela não estava mais na cama,
estava na sacada, apoiada sobre o parapeito da sacada, uma de suas pernas já
estava do outro lado e naquele momento eu pude entender que ela estava querendo
se atirar...
Corri para a sacada e ela então
conseguiu falar, e com muito esforço disse: “Pare! Não se aproxime”, parei
bruscamente na porta, uma sensação de impotência e desespero começava a permear
o um corpo, me senti como um refém na mira da arma de um assaltante e simplesmente não conseguia entender o que
estava acontecendo, pedi para que não fizesse aquilo, que não importava qual
fosse o problema iriamos superar juntos,como sempre fizemos, não importava qual
fosse o tamanho, ela sabia tanto quanto eu que, sempre dávamos um jeito, ela
sorriu,sorriu ao lembrar disso, sorriu daquele
jeito que só ela sabe, um sorriso sincero, simples e apaixonante e com ele
fechou os olhos, e disse “não se preocupe, nos vemos em breve,apenas não
aguento mais ser perseguida pelos monstros, eles me cercam, me rodeiam e aonde
eu vou, lá estão eles, me encarando, me sugando todas as energias e tudo o que
tenho de bom, espero que não o suguem também” e terminando de falar isso, abriu
os olhos, me encarou, sorriu novamente e se jogou...
Foi ao correr até a sacada e
perceber que não havia nada lá embaixo, nem rua, nem chuva, arvore ou vento
sequer que eu pude perceber ser um apenas um pesadelo e então acordei, era de
madrugada, o relógio na cabeceira marcava 03:30h, a chuva caia forte lá fora e
batia na vidraça, ainda podia ver a mesma árvore através da fresta de luz que
passava pela janela, ainda conseguia ver a dança da árvore e do vento, mas o
mais importante disso tudo é que eu via ao meu lado um belo e comprido cabelo
dourado, uma respiração tranquila e o que parecia um sono muito tranquilo..
Respirei fundo, sorri e voltei a
dormir, me sentindo o cara mais feliz e completo do mundo..
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Anderson T Mendes - Camboriu-SC, 14/07/2015
Fonte imagem: http://2.bp.blogspot.com/ekW0FKdAGqI/UPDION9MEHI/AAAAAAAAB14/5jCeTSQXPwg/s1600/chuva.gif
Nossaaa irmão que profundo isso... Vou confessar que me senti no seu pesadelo. Parabéns pela transmissão das palavras. Abraços
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